10.2.07

Império interior

Vivemos numa época em que as próprias ideias andam em fast-forward. Não vivem o seu tempo real. Poucos reflectem sobre isso. David Lynch é um deles. Um sobrevivente. Os seus filmes são jogos de roleta russa da imaginação. Cada imagem é uma bala que pode abater as nossas certezas. Agora tem um novo filme, Inland Empire. Numa sua entrevista fala dos momentos em que gosta de fechar os olhos, algumas vezes por dia. Para escutar um som ou sentir uma vibração. E confessa: eu transcendo vinte minutos de manhã, vinte minutos depois de almoço e tudo melhora. Gostava de ser como Lynch. Só assim se poderia criar Twin Peaks ou Mulholand Drive. Viagens em busca do lusco-fusco das sombras da mente.

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