15.7.07

O napalm da vitória

Estive a rever Apocalypse Now de Francis Ford Coppola. Na versão redux. É incrível a modrnidade deste filme. As questões que nos levanta e que ja tinham sido a faísca do trabalho em que e inspira, o espantoso O Coração nas Trevas de Joseph Conrad. Quando passei pelas magens do Mekong, nesse imenso rio que liga o Vietname e o Camboja senti a espiral de memória contra o cheiro do napalm. E que os americanos,que passaram 35 anos antes por lá, nunca conseguiriam vencer. Foi The End para os americanos. Não aprenderam nada: estão no Iraque. Como não tinham aprendido nada com os franceses, encerrados no seu orgulho colonial como se vê neste filme e se sente, depois, no Camboja. O napalm não cheira a vitória. Queima, mas as sementes ficam lá. Para surgirem como vingança que alguém, de outra geração, há-de comer. Kurtz é o Hide do Jekyll que há na nossa civilização. e que nunca percebe que misturar culturas é diferente de subjugar as suas elites.

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